terça-feira, 5 de abril de 2016

Hybris, Lúcifer e o arquétipo do heroi:

  De acordo com o psiquiatra suíço  Carl Gustav Jung, existe uma área chamada inconsciente  coletivo, onde  estão guardadas  as reminiscências arcaicas de experiências dos nossos ancestrais. De acordo com Jung, tais experiências ficam guardadas  na forma de imagens  primordiais chamadas arquétipos, possuindo  semelhança  com diversos mitos  e  personagens que permeiam a literatura  e mitologias  humanas. Um desses arquétipos seria  o do herói, um ser  que  nasce, num lugar simples humilde, como uma simples criatura, e depois torna-se forte, chegando no final a ser morto como vítima de seu próprio  orgulho. A hybris do  herói, que ao tornar-se grande  acaba por se ver cego perante  suas fraquezas, mostram-se como  um grande obstáculo, o qual nem os mais fortes conseguem ultrapassar.  O arquétipo fala de adolescência,  cegueira pela própria luz, e um fim trágico, nisso, o mito se assemelha a lenda de narciso.
    Todos nós passamos por isso em algum período de nossas vidas. No tempo de nossa juventude, acreditamos  que as leis imutáveis do universo ao redor de nós irá curvar-se perante  os desígnios de um ego  ainda em formação. E engana-se o jovem que pensa que não chegará o dia no qual seu ego não irá perecer. E não podemos  esquecer dos questionamentos  constantes sobre os limites  da curiosidade humana, e como nossas ciências podem trazer graves consequências ao planeta  e mesmo o fim de nossa espécie. Tudo se resume  ao acha que um ego, ser temporal em sua natureza, possui o poder de  afetar, ou até mesmo transformar  para sempre, a grandeza do grande  e atemporal  universo. Podemos ser deuses?  Certamente não!
     Acredito que qualquer ser humano versado na bíblia conhece  o versículo Isaías 14:12 onde é dito o seguinte:
   
  1. Como caíste do céu, ó estrela radiante, filho da alva! como estás cortado até a terra, tu que abatias as nações!
    Veja que a o mesmo  modus operandi  aqui, da mesma forma que nas lendas da antiguidade, Lúcifer, o herói da situação, apresenta-se como o mais  magnífico de todos os anjos, uma obra prima da criação  divina, mas acaba  por  rebelar-se contra deus, e da sua revolta nasce o castigo. Lúcifer é lançado as chamas do inferno, onde espera  sua batalha contra Deus, nos fins dos tempos.
    Eis que Lúcifer representa o pecado do orgulho, o deus  sábio dos narcisistas.

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